quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Lousa digital, carteiras eletrônicas e animações em 3D: ferramentas da escola do futuro

No quadro negro, as imagens se movimentam com o toque das mãos. Nas tradicionais carteiras, além de cadernos e lápis, as crianças podem acessar a internet. A cena que parece ser de um filme de ficção científica está mais real do que se imagina. Essas e várias outras tecnologias já estão sendo utilizadas em escolas brasileiras. Em Pelotas (RS), a Escola de Ensino Fundamental e Médio Mário Quintana já aderiu às lousas digitais desde junho do ano passado. Segundo a professora de língua portuguesa da escola, Thaís de Almeida Rochefort, a ferramenta permitiu que os alunos dessem “vida aos conhecimentos”. “Assuntos antes tratados de maneira menos interativa, agora fazem com que os alunos se sintam parte deles, co-autores”, explica. Ela e outros professores têm recebido treinamentos constantes para se adaptar à nova tecnologia. “A cada aula descobrimos novas possibilidades de tornar a escola mais próxima e significativa”, conta, ao ressaltar que a reação dos alunos não poderia ser mais positiva. Um exemplo de programa que pode ser utilizado na lousa digital é o software em três dimensões. Com ele, os professores podem elaborar aulas interativas, revelando o interior de uma célula, o relevo de um mapa, ou até mesmo os músculos do corpo humano. Basta, por exemplo, tocar o dedo na tela para o sistema solar aparecer e se movimentar. Desenvolvido pela empresa P3D, em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) e o Centro Incubador de Empresas Tecnológicas (Cietec), o software já está sendo utilizado em 200 escolas privadas e 30 públicas no Brasil. O programa não tem texto, nem guia de voz, somente imagens de grande qualidade gráfica. Segundo a professora Jane Vieira, executiva da P3D, esta característica é uma vantagem porque as imagens podem ser usadas com qualquer material didático, independentemente de filosofia, pedagogia e didática. Jane Vieira garante que em breve o instrumento será oferecido em software livre, o que permitirá que todas as escolas utilizem gratuitamente. Já no município de Serrana (SP), cidade próxima a Ribeirão Preto, as carteiras eletrônicas são a novidade. Conhecidas como Lap Tup-niquim, elas dispõem de uma tela sensível a toques, sobre a qual se pode escrever, fazer desenhos ou equações. O tampo pode ser levantado, e abaixo dele fica um teclado, caso seja necessário digitar. A CPU do computador fica acoplada embaixo da carteira. Desenvolvidas em parceria pelo Centro de Pesquisas Renato Archer (Cenpra), de Campinas, instituição do Ministério da Ciência e Tecnologia, e pela Associação Brasileira de Informática (Abinfo), empresa abrigada na Companhia de Desenvolvimento do Pólo de Alta Tecnologia de Campinas (Ciatec), cerca de 300 carteiras eletrônicas já estão sendo utilizadas na Escola Municipal Maria Celina. De acordo com Victor Mammana, idealizador do projeto, o diferencial da carteira é justamente a superfície de interação. “Como diz Bill Gates, a próxima revolução não será de conteúdo nem da forma de apresentá-lo, mas, sim, da maneira como o corpo humano irá interagir com a tecnologia”, afirma. O projeto tem apoio da Secretaria de Educação a Distância do Ministério da Educação. (Renata Chamarelli)

Medida provisória torna obrigatória a destinação de 100% dos royalties para a educação

Foi publicada na noite de segunda-feira, 3, a Medida Provisória nº 592, do dia 3 último, que destina à educação 100% dos royalties recolhidos em futuros contratos de produção de petróleo e gás. A medida determina que o recurso seja adicional aos mínimos exigidos pela Constituição. Cabe à União o repasse de 18%; a estados e municípios, 25%. A edição da medida provisória foi anunciada na sexta-feira, 30 de novembro, em complemento aos vetos da presidenta da República, Dilma Rousseff, à Lei nº 12.734, da mesma data. A lei altera as regras de distribuição dos royalties. Pela medida provisória, os royalties repassados ao governo federal, a estados e municípios pelos contratos de concessão firmados a partir de 3 de dezembro serão destinados à educação. Também à educação serão transferidos 50% dos rendimentos do Fundo Social, integrado pelos recursos da exploração das camadas pré-sal. A medida provisória será apreciada pelo Poder Legislativo. Por isso, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, tem feito apelos à sociedade para que se manifeste a favor da vinculação integral dos royalties à educação. “Temos uma grande oportunidade agora, no debate dos royalties, de dar um salto na educação brasileira”, afirmou . “As futuras gerações não terão acesso a essa riqueza. Nós temos de pensar no futuro do Brasil.” Segundo o ministro, o governo federal está empenhado na missão. “No que depender do MEC, vamos lutar pelos 100% da educação, vamos ajudar na aprovação dessa concepção”, disse. “Temos chances reais de vencer este debate.” Apoio — Em nota pública na terça-feira, 4, o Fórum Nacional de Educação (FNE) defendeu a necessidade da destinação de 100% das receitas com royalties do petróleo e da exploração mineral e de 50% do Fundo Social do Pré-Sal para a manutenção e desenvolvimento do ensino. O argumento foi a garantia da efetivação do direito à educação e a necessidade urgente de o país de estabelecer novas fontes para o adequado financiamento da educação pública. No documento, o fórum pede a governadores, prefeitos, deputados estaduais e vereadores que cobrem soluções urgentes aos parlamentares do Congresso Nacional para a educação. Na nota, o FNE também apela a organizações da sociedade civil: “Compreende ser necessário o país encontrar fontes para o financiamento educacional, que assegurem o compromisso com a educação pública de qualidade, com a formação e remuneração digna dos profissionais da educação, além do disposto nas demais metas e estratégias previstas no Plano Nacional de Educação, que se encontra em tramitação no Senado Federal”. A Medida Provisória nº 592/2012 foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União de terça-feira, 4. A Lei nº 12.734/2012 foi publicada também em edição extra em 30 de novembro último FONTE: http://portal.mec.gov.br

sábado, 24 de novembro de 2012

Ministros do Mercosul vão criar indicadores regionais de avaliação

Os países que integram o Mercosul vão realizar em fevereiro, em Buenos Aires, um seminário regional de avaliação da qualidade da educação no bloco. Três níveis serão avaliados: os sistemas educacionais; a metodologia dos instrumentos internacionais, especialmente o Pisa, realizado a cada três anos pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE); a construção de indicadores regionais da qualidade da educação nos países da América do Sul. A decisão foi tomada durante a 43ª Reunião de Ministros de Educação do Mercosul, realizada nesta sexta-feira, 23, em Brasília, sob a presidência de Aloizio Mercadante. Participaram do encontro, além do ministro brasileiro, os da Argentina, Bolívia, Chile, Equador, Uruguai e Peru. Eles se comprometeram a elaborar, conjuntamente, um documento com análise crítica dos indicadores internacionais de educação do Pisa [Program for International Student Assesment]. “O Pisa é importante para o Brasil, mas a avaliação da educação é muito mais ampla do que o recorte feito pelo exame, que se restringe a alunos de 15 anos. Queremos criar novos instrumentos de avaliação regional”, explicou o ministro Aloizio Mercadante, que tem a presidência pro tempore do Mercosul educacional. O documento final, com sugestões dos ministros, será depois encaminhado ao comitê executivo do Pisa. Segundo o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Luiz Cláudio Costa, o Pisa apresenta algumas distorções que acabam empurrando o Brasil para uma posição menos favorável no ranking internacional. “Se queremos comparar exames de diferentes países, isso é um desafio. É preciso o uso apropriado das técnicas estatísticas”, disse. Nesse sentido, o ministro de educação da Argentina, Alberto Sileone, disse que o Pisa compara realidades incomparáveis. “Nós vamos ratificar nossa permanência no Pisa, mas somos parte de países que têm encontrado uma posição mais soberana de incorporar reflexões próprias”, afirmou. E sugeriu que os países da América do Sul incorporem um critério comum de avaliação da educação, inclusive incluindo áreas não contempladas pelo Pisa. Bolsas – Na reunião realizada no Ministério da Educação ficou também definida a criação de um programa de bolsas, custeado pelo Fundo para a Convergência Estrutural e Fortalecimento Institucional do Mercosul (Focem), destinado a financiar projetos em benefício das economias menores do bloco. Serão 1 mil bolsas para estudantes de graduação, 1 mil para a pós-graduação e outras 1 mil para o intercâmbio de docentes e pesquisadores. Num total de 3 mil bolsas anuais, o programa tem previsão de custar R$ 26 milhões. Os países do Mercosul também vão aumentar o intercâmbio de estudantes, pesquisadores e docentes em cursos de graduação e pós-graduação. “Temos possibilidade de aumentar o intercâmbio e incluir mais países”, afirmou o presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Jorge Guimarães. Atualmente dentro do programa de mobilidade no Mercosul, o Brasil tem acordos com a Argentina e Uruguai. As bolsas serão para cursos acreditados no Mercosul: agronomia, arquitetura, engenharia, enfermagem, medicina e odontologia. Os ministros decidiram ainda ampliar a acreditação de cursos nas áreas de ciências sociais, incluindo sociologia e economia. Será feita também a publicação de uma revista científica sobre humanidades, educação e ciências sociais. “Seria uma publicação trilíngue, em português, espanhol e inglês, para valorizar a produção da academia regional científica”, disse o ministro Aloizio Mercadante. O vice-ministro de educação do Uruguai, Luis Garibaldi, sugeriu a criação de um banco de recursos educativos digitais e audiovisuais, de livre acesso a todos os países do bloco. A oficina de trabalho com especialistas será realizada em março de 2013, em Montevidéu. A 43ª reunião do Mercosul teve a participação de representantes das centrais sindicais do Cone Sul. Fonte:http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=18255

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Senado aprova mais disciplinas para educação básica

16/11/12 // Escola // Brasil Foi aprovado pelo Senado nesta quarta-feira (14) um projeto de lei que prevê a inclusão de disciplinas de cidadania moral e ética, ética social e política nos currículos dos níveis fundamental e médio. O texto, de autoria do senador Sergio Souza (PMDB-PR), propõe alteração na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e segue para análise na Câmara dos Deputados. A inclusão de mais duas disciplinas na grade curricular vai na contramão do que defende o MEC (Ministério da Educação) para o ensino médio. O ciclo já conta com 13 disciplinas obrigatórias, o que é considerado excessivo por especialistas da área. Fonte:http://porvir.org/porpensar/senado-aprova-mais-disciplinas-para-educacao-basica/20121116

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Vale suspende construção de siderúrgica em meio a impasse com governo

A construção da siderúrgica da Vale no Pará patina entre um impasse da mineradora com o governo brasileiro e a necessidade de a empresa postergar investimentos fora de suas áreas de prioridade por conta da crise, afirmaram autoridades e uma fonte com conhecimento das decisões da companhia. As obras de construção da Aços Laminados do Pará (Alpa) estão suspensas porque o governo federal retirou do orçamento do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) deste ano uma hidrovia crucial à siderúrgica, revelaram à Reuters autoridades do Pará. "As informações que nós temos é que ela chegou a fazer terraplenagem, chegou a investir alguns milhões de reais, mas resolveram interromper... em função da ausência da obra da hidrovia do Tocantins", afirmou o secretário de Indústria, Comércio e Mineração do Pará, David Leal, em entrevista por e-mail. A maior produtora de minério de ferro do mundo confirma que aguarda definição da solução logística por parte do governo federal, mas que prossegue com o projeto --uma usina de 3,2 bilhões de dólares e capacidade anual de produção de 2,5 milhões de toneladas de placas de aço, em Marabá. A Vale atribui a interrupção da terraplenagem a um problema com uma parte do terreno cuja desapropriação foi contestada na Justiça. "Sobre a terraplenagem, a obra foi realizada até onde foi possível, com 85 por cento dela executada, devido ao impasse do lote 11", diz a mineradora em resposta enviada à Reuters nesta sexta-feira. O secretário de Indústria da Prefeitura de Marabá, João Eufrásio de Alcântara, explica que alguns operários continuam no local fazendo drenagem e conservação do que já foi feito na Alpa, sem, contudo, avançar em obras estruturantes. "Os demais trabalhos, como revegetação e manutenção de taludes na área, continuam em andamento", diz a Vale. PROTOCOLO DE INTENÇÕES Segundo Leal, a diretoria da Vale pediu que o governo assinasse um protocolo de intenções se comprometendo com as obras da hidrovia. De acordo com o secretário do Estado, a mineradora disse que, se o governo assinasse o documento, imediatamente retomaria as obras. A Vale não comentou o assunto. O governo federal trabalha para destravar o impasse, mas não vai assinar o protocolo de intenções para a execução das obras da hidrovia como propôs a Vale, afirmou à Reuters uma fonte do governo, que prefere ficar no anonimato. "Entendemos que esse não seria o procedimento adequado", afirmou a fonte, ao ser indagada sobre a tentativa da mineradora de ter uma garantia de compromisso do governo sobre as obras. A entrada da Vale na siderurgia foi um dos pontos de discórdia com o governo que culminaram com a saída de Roger Agnelli da presidência da mineradora. O governo no tempo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou a cobrar maior participação da mineradora no setor siderúrgico. DIFÍCIL E CARA A hidrovia Araguaia-Tocantins enfrenta problemas de navegabilidade, com necessidade de obras para retirada de pedras que impedem a travessia de embarcações num trecho de 43 quilômetros --uma obra cara e difícil, disse a fonte do governo. Segundo ela, o projeto está em estágio de licenciamento, mas teria sido questionado por autoridades competentes e por isso também teria sido retirado do PAC. A Vale, então, teria contratado uma consultoria para realizar um segundo estudo de viabilidade técnica e econômica do empreeendimento, disseram as autoridades do Pará. O estudo deve ser concluído em novembro. A Vale não comentou imediatamente a informação. O governo federal esperava que a Vale fosse parceira no investimento da hidrovia, segundo informações do site do governo do Pará. A Alpa, assim como o projeto da Siderúrgica do Ubú, no Espírito Santo, não foi aprovada pelo Conselho de Administração da mineradora, embora tenha sido citada na divulgação do Capex em anos anteriores. CENÁRIO DESFAVORÁVEL O problema da hidrovia é crucial, mas o cenário econômico desfavorável também acabaria atrasando de qualquer forma projetos de siderurgia da Vale, segundo uma fonte que acompanha as decisões da companhia e analistas de mercado. Diante do fraco desempenho do mercado de minério de ferro e aço, a Vale foi obrigada a rever seus investimentos e priorizar projetos mais importantes para evitar resultados financeiros ruins. De acordo com a fonte com conhecimento da situação, que pediu para não ser identificada, projetos de siderurgia não estão entre as prioridades da companhia e deveriam mesmo ficar para depois. "Se a conjuntura está complicada, tem que se avaliar quais são as prioridades... não adianta insistir em projeto que não faz parte do 'core' (núcleo) da companhia", afirmou, ponderando que os projetos não deverão ser excluídos da carteira de ativos, mas sim adiados. "Pode-se gastar um pouco menos agora, estendendo o prazo mais um pouco", acrescentou a fonte. Ao mesmo tempo, o projeto do Espírito Santo já foi adiado pelo menos duas vezes, e deve ser novamente, na falta de um sócio para realizar os investimentos em parceria com a Vale. Segundo o analista do Goldman Sachs, Marcelo Aguiar, os projetos de siderurgia que ainda não foram aprovados não devem passar pelo crivo dos conselheiros tão cedo. "A Vale não deverá aprovar nenhum novo projeto, irá tocar apenas os que já se iniciaram e os de minério de ferro", afirmou. (Reportagem de Sabrina Lorenzi; edição de Roberto Samora) fonte:http://www.estadao.com.br

País supera metas do Ideb no ensino fundamental e iguala no médio

14/08/2012 17h22 - Atualizado em 14/08/2012 21h58 País supera metas do Ideb no ensino fundamental e iguala no médio MEC divulgou o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, Ideb. Ensino médio tem avanço baixo em comparação com fundamental. Do G1, em São Paulo Tweet Ideb 2011 (Foto: Editoria de Arte/G1) O Brasil superou as metas na educação propostas pelo Ministério da Educação (MEC) para serem alcançadas em 2011 nos dois ciclos do ensino fundamental (de 1º ao 5º ano e do 6º ao 9º ano), mas apenas igualou a meta projetada para o ensino médio, de acordo com o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), divulgado nesta terça-feira, 14 (veja gráfico ao lado). Mas os resultados são muito desiguais considerando municípios e escolas individualmente: 39% dos municípios e 44,2% das escolas estão abaixo da meta. O Ideb é um indicador geral da educação nas redes privada e pública. Foi criado em 2007 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e leva em conta dois fatores que interferem na qualidade da educação: rendimento escolar (taxas de aprovação, reprovação e abandono) e médias de desempenho na Prova Brasil. Assim, para que o Ideb de uma escola ou rede cresça é preciso que o aluno aprenda, não repita o ano e frequente a sala de aula. A Prova Brasil avalia o desempenho de estudantes em língua portuguesa e matemática no final dos ciclos do ensino fundamental, de 4ª série (5º ano) e 8ª série (9º ano), e no terceiro ano do ensino médio. Em 2011, os estudantes dos anos iniciais do ensino fundamental - 4ª série (5º ano) - tiveram 5,0 pontos. A meta era de 4,6, um índice que o país já havia obtido na avaliação anterior, em 2009. baixe os arquivos, em excel * IDEB 2011 NOS ESTADOS E REGIÕES * MUNICÍPIOS 1: Ideb nos anos iniciais do ensino fundamental * MUNICÍPIOS 2: Ideb nos anos finais do ensino fundamental * ESCOLAS 1: Ideb nos anos iniciais do ensino fundamental * ESCOLAS 2: Ideb nos anos finais do ensino fundamental Estudantes dos anos finais do ensino fundamental - 8ª série (9º ano) - tiveram 4,1 pontos em 2011. A meta era de 3,9, também uma marca obtida há dois anos. Ensino médio Alunos do ensino médio tiveram o pior desempenho e crescem no ritmo mais baixo. Em 2011, eles alcançaram a meta projetada de 3,7 pontos. Nesta fase, o crescimento tem sido lento: em 2005 foi 3,4, em 2007 teve 3,5; em 2009, a nota foi de 3,6. A distância da nota do Ideb nos anos iniciais em 2011 ficou quase três vezes maior em relação ao ensino médio na comparação com o primeiro ano do índice, em 2005. O ministro da Educação, Aloízio Mercadante, reconhece que o ensino médio apresenta problemas e preocupa o governo. "Temos 13 disciplinas obrigatórias no ensino médio da rede publica. É uma sobrecarga muito grande para o estudante. Não contribui para ter foco nas essenciais: português, matemática e ciências. Outro problema é a parcela significativa de alunos matriculados no curso noturno", avalia Mercadante. Para Daniel Cara, coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, a discrepância entre os níveis de ensino refletem a falta de visão sistêmica do Brasil. "O governo acaba fazendo aposta na criança nesse momento inicial da aprendizagem, que é um momento decisivo de fato, mas ela não é seguida nos anos finais e no ensino médio. Esse é o principal motivo de a gente ter uma queda de rendimento", explicou. Segundo ele, essa tendência tem sido vista na política educacional nos últimos quatro anos. "Você tem uma forte centralização da preocupação com a avaliação, na pressão sobre a gestão, e vai abandonando os demais ciclos". O objetivo estabelecido pelo MEC quando criou o índice, em 2007, foi que todas as séries atinjam níveis educacionais de países desenvolvidos até a divulgação do índice em 2022. As metas, que fazem parte do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), para alunos dos anos iniciais do ensino fundamental (1º ao 5º ano) é chegar a 6 pontos; para alunos dos anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano) é de 5,5 pontos e para o ensino médio é de 5,2 pontos. A escala vai de 0 a 10. Nos anos finais do ensino fundamental, considerando todas as redes de ensino (pública e privada), sete estados não alcançaram a meta projetada para 2011: Amapá, Espírito Santo, Pará, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima e Sergipe. Considerando apenas a rede pública, seis estados ficaram a abaixo da meta: Alagoas, Amapá, Pará, Rio Grande do Sul, Roraima e Sergipe. Fonte: http://g1.globo.com

domingo, 19 de fevereiro de 2012

O que dizer? É Brasil.

A comparação entre os salários oferecidos em um concurso público da prefeitura de Vila Rica, no Mato Grosso, para professores e operadores de máquinas teve repercussão negativa nas redes sociais. Enquanto a remuneração inicial oferecida para um operador de escavadeira hidráulica, com ensino fundamental incompleto, é de R$ 1.291,98, o salário para um professor com ensino superior é de R$ 1.246,32. A jornada de trabalho dos professores aprovados no concurso será de 30 horas semanais, já os operadores de máquina trabalharão 40 horas semanais. Um perfil do Facebook divulgou uma imagem do edital e, até o momento da publicação dessa matéria, a foto foi compartilhada por mais de 11 mil pessoas. Um dos usuários da rede social comentou: “É necessário uma mudança e valorização do ensino, assim como ampliar a possibilidade para todos terem acesso à qualificação, tanto profissional como acesso ao ensino publico superior de qualidade”. Outros internautas se perguntam “se essa situação é possível”, enquanto alguns afirmam que “isso é Brasil”. O piso salarial nacional dos professores é de R$ 1.187 para 40 horas semanais e vale para todos os docentes que atuem da educação infantil ao ensino médio. A CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação) reivindica para esse ano um piso de R$ 1.937,26.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

"Ouvir o agressor reduziu o bullying"

Caso real "Eu tinha um aluno que vinha de uma família com problemas de relacionamento. Ele via a agressividade do pai com a mãe e reproduzia tudo aquilo no ambiente escolar", conta Abjan Santos Gomes, professora de Ciências do Colégio de Primeiro e Segundo Grau Governador Augusto Franco, em Aracaju (SE). Esse aluno liderava os casos de bullying naquela turma e, com a ajuda de alguns colegas, agredia, xingava e batia nos mais fracos. “Em um dos casos, ele chegou a ferir um colega até sangrar”, relembra. Abjan decidiu, então, iniciar ações de combate à violência com a sala. De início, por meio do diálogo, convidou os alunos a refletirem sobre suas próprias ações, com base no tema “aquilo que não quero para mim, não posso ofertar aos outros”. “Meu objetivo era fazer os alunos se colocarem no lugar dos colegas”. Além do debate, a turma também participou de encenações teatrais e produziu cartazes com mensagens que pediam mais respeito para melhorar a convivência na escola. Mas, na visão da professora, ainda era preciso incluir a família nesse processo. “Muitas vezes, os pais incentivam os filhos a serem violentos, a agredir quando são agredidos”. Ela passou, então, a organizar reuniões quinzenais com os familiares. “Se você não trouxer a família, você não consegue atingir o aluno”, conclui. Nas primeiras atividades com a turma, o aluno que ameaçava os colegas quase não participou. “Um dia, ele me procurou para dizer sobre as coisas que não gostava. Ouvi e dei importância a ele. Depois disso, ele começou a participar mais, com uma atitude melhor e o comportamento do grupo como um todo melhorou muito”, avalia. Palavra de especialista Está claro e é uníssono entre os pesquisadores da área que atos de bullying podem ter causas relacionadas a ambientes familiares agressivos. Justamente por isso, gestores e professores precisam construir na escola um ambiente sócio-moral baseado no respeito e em um relacionamento sadio. “É necessário que a escola pare de culpar as famílias por todos os problemas que enfrenta e busque uma revisão interna sobre a organização do ambiente escolar”, alerta Adriana Ramos, pedagoga e doutoranda em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A própria inclusão das famílias pode ser uma estratégia de combate ao bullying, mas não a única. Toda a escola – incluindo gestores, coordenadores, professores, funcionários, alunos e pais – precisa participar ativamente de processos de manutenção das relações interpessoais na escola. “Um aluno que não tem uma família considerada estruturada ou pais ausentes é justamente aquele que mais precisa de uma escola justa e respeitosa para seu desenvolvimento”, alerta Ramos. Para a especialista, punir não é o melhor caminho para resolver problemas de bullying entre alunos. E foi exatamente esta a postura da professora Abjan Gomes. “Ela soube se sensibilizar em relação ao agressor, um personagem muitas vezes negligenciado e até tratado como culpado. A professora não julgou o aluno, mas procurou incentivá-lo a reconhecer seus próprios sentimentos”, analisa Adriana. Fonte:http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/ouvir-agressor-definicao-bullying-644933.shtml